terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Não tente se iludir

Por José Luiz Tejon

Não tente se iludir, pois quando tentamos viver iludidos, a realidade corrói a felicidade. Para ser felizes, temos de assumir o mundo real.
 
Há duas maneiras de lidar com a realidade: beijá-la ou negá-la. Infelizmente, a maioria das pessoas escolhe a última alternativa. Elas negam sua realidade porque não gostam dela. Tentam escondê-la dos outros e de si mesmas. No entanto, a realidade é aquilo que existe. É o que você tem. É o que você é.

A realidade do cego é não poder ver. A do médico são seus doentes. A da mulher grávida, o filho que se mexe em seu ventre. A do trabalhador, o despertador que toca às cinco da manhã, a lotação, o cartão de ponto, a marmita, o salário no fim do mês.

Há filhos que negam a realidade dos pais. Escondem o pai, não apresentam a mãe aos amigos. Talvez porque eles sejam humildes demais ou não correspondam a uma idéia fantasiosa de como deveriam ser. Talvez porque esses filhos considerem os pais dos outros mais valorosos e não se orgulhem dos próprios. Talvez porque o pai tenha alguma doença, a mãe, alguma deficiência e, ambos, um trabalho sem status.

Há pais que não aceitam a realidade dos filhos. Criam seus rebentos como se pudessem mantê-los num casulo e não os preparam para o mundo. Vários pais de crianças excepcionais ou com algum tipo de condição especial agem assim. Tentam proteger os filhos evitando que tenham contato com outras crianças. Está comprovado que o melhor para as crianças especiais é a inclusão social, a começar pela escola, mas esses pais insistem em manter os filhos no casulo. No reverso da moeda, há pais que também não gostam que os filhos convivam com crianças diferentes por acreditar que isso poderia atrasar o desenvolvimento deles.

Existem pessoas que negam suas origens. Têm vergonha do lugar onde nasceram e cresceram, de sua cidade ou de seu país. Já outras crêem que o único lugar digno do mundo é aquele em que nasceram. Não querem sair de lá, negam aos filhos uma oportunidade em outro lugar. Vivem como fantasmas. Não tomar conhecimento da realidade também é uma forma de negá-la.

As pessoas não aceitam sua realidade e se iludem. Sobre suas ilusões, constroem sonhos de felicidade. Mas esses sonhos nunca vão se realizar, simplesmente porque estão baseados em ilusões.

E você? Será que não está negando sua realidade e se iludindo também?
Não tente se iludir, pois quando tentamos viver iludidos, a realidade corrói a felicidade. Para ser felizes, temos de assumir a dualidade do mundo real, aceitar nossas imperfeições e entender que a Terra não é paraíso nem inferno, mas um pouco de cada. Quanto antes aprendermos a lidar com isso, melhor.

José Luiz Tejon Megido é autor dos livros O Vôo do Cisne, O Beijo na Realidade e Liderança para Fazer Acontecer, pela Editora Gente. Professor de MBA de marketing e vendas da ESPM e mestre em educação, artes e história da cultura (www.tejon.com.br)

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Eduardo Sidegum
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