sexta-feira, 19 de março de 2010

Saiba Mais sobre Estilo de Vida Saudável

Uma ótima matéria publicada no site saude.br
Saiba Mais sobre Estilo de Vida Saudável
A promoção do estilo de vida saudável pode ser definida como "o processo de envolvimento da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida, incluindo uma maior participação no controle deste processo". Os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida e não como um objetivo de viver. Esta definição de promoção parte de uma concepção ampliada de saúde que, mais do que ausência de doença é um direito que deve ser garantido e preservado, sendo determinada pelo acesso à renda, moradia, alimentação, educação, trabalho, lazer, transporte e serviços em geral, tendo reflexo, inclusive, nas atitudes e escolhas cotidianas. Entre as diversas ações necessárias para a promoção da saúde da população estão as de promoção de hábitos alimentares saudáveis, prática regular de atividade física e de prevenção e controle do tabagismo/ alcoolismo (http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/documentos/guia_alimentar_conteudo.pdf)
A garantia da alimentação saudável é apontada como um componente fundamental na construção da Segurança Alimentar e Nutricional, entendida como "a realização do direito humano a uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, respeitando as diversidades culturais, e sendo sustentável do ponto de vista socioeconômico e agroecológico" (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/II_Conferencia_2versao.pdf).
A prática de atividade física também é ação prioritária na promoção de hábitos saudáveis. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a realização de atividade física de intensidade leve ou moderada diariamente ou na maior parte dos dias da semana. Para a prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer, a recomendação é de pelo menos 30 minutos e, para o controle do peso, de, no mínimo 60 minutos diários de atividade física. Essas atividades podem ser praticadas de forma contínua (30 ou 60 minutos seguidos) ou acumulada ao longo do dia
(http://whqlibdoc.who.int/trs/WHO_TRS_916.pdf).
O padrão contemporâneo de consumo alimentar baseia-se na excessiva ingestão de alimentos de alta densidade energética, ricos em açúcares simples, gorduras saturadas, sódio e conservantes, e pobres em fibras e micronutrientes. Os principais responsáveis pelo aumento acelerado da obesidade no mundo e em nosso país estão relacionados ao ambiente e às mudanças de estilo de vida, sendo, portanto, passíveis de intervenção, demandando ações no âmbito individual e coletivo
(http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/documentos/doc_obesidade.pdf).
Nas últimas duas ou três gerações o Brasil passou por um processo de aceleradas transformações sócio-econômico-culturais, tornando-se uma sociedade predominantemente urbana. Os padrões de trabalho e lazer, alimentação e nutrição, bem como de saúde e doença atualmente assemelhan-se aos de países desenvolvidos. Esse novo padrão alimentar da população brasileira promovera, importantes alterações na magnitude, distribuição e causalidade das doenças e nas respectivas políticas públicas nacionais.
Exemplo desta preocupação governamental é a portaria interministerial, de 08 de maio de 2006 (http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-1010.htm) que instituiu diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas escolas de educação infantil e ensinos fundamental e médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. Os conhecimentos sobre alimentação e nutrição em âmbito escolar, cada vez mais adquirem função pedagógica e devem portanto estar inseridas na grade curricular.
Por outro lado, verificam-se mudanças nos padrões de trabalho e lazer. Há meio século, a maior parte do trabalho, tanto nas cidades quanto no campo, exigia esforço físico, com conseqüente gasto energético. A maioria das pessoas locomovia-se a pé ou de bicicleta, todavia foram progressivamente substituídos ao longo das décadas por carros e ônibus. Nas indústrias e escritórios e, até mesmo, nas zonas rurais, em grande parte dos domicílios, máquinas e equipamentos tomaram lugar de parte da força mecânica anteriormente feitos pelas pessoas (Ministério da Saúde, 2006).
Nesse contexto, a Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1996/ 1997, único inquérito nacional disponível com dados sobre atividade física, apontou que apenas uma minoria dos indivíduos adultos (13%) praticava, no lazer, atividade física regular (30 minutos diários de atividade física, em cinco ou mais dias da semana). Esses resultados revelam que a freqüência de atividade física no lazer no Brasil é consideravelmente inferior à observada em países desenvolvidos: a proporção de 87% de adultos brasileiros inativos no lazer supera em duas a três vezes a encontrada nos Estados Unidos e na média dos países europeus.
Em contrapartida, inquéritos com famílias dos Estados Unidos apontam que 75% de bebês e pré-escolares assistem à televisão, em média, mais de uma hora por dia, apesar da Academia Americana de Pediatria desaconselhar a participação dos meios de comunicação antes dos 2 anos de idade. Além disso, praticamente um terço mora em lares onde a televisão permanece ligada durante as refeições. Esses inquéritos também constataram que crianças em idade escolar passam, em média, três horas por dia assistindo à televisão e, quando computador e videogame são considerados, esse tempo excede 5 horas por dias (http://ann.sagepub.com/cgi/reprint/615/1/119).
As modificações no padrão demográfico, no perfil de morbimortalidade e no consumo alimentar e de gasto energético, caracterizam os processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional que vêm ocorrendo desde a década de 60, em vários países, incluindo o Brasil (Ministério da Saúde, 2006).
Com relação ao Brasil, observa-se a coexistência da obesidade com a desnutrição. Ao mesmo tempo em que se observa o aumento de calorias per capita e da participação de alimentos de origem animal na mesa do brasileiro, observa-se a substituição de cereais, frutas, verduras e legumes por gorduras em geral e açúcares. Esse processo, denominado "transição nutricional", típico dos países em desenvolvimento, caracteriza-se pela substituição do consumo de alimentos tradicionais, in natura, por alimentos altamente processados, produzidos por grandes indústrias alimentícias que contêm, em sua maioria, alta densidade energética e ausência em nutrientes. O aumento do consumo de alimentos fora de casa e as estratégias agressivas de marketing são eixos complementares do mesmo fenômeno (http://www.ensp.fiocruz.br/radis/56/capa.html).
Em vista da incorporação desse estilo de vida às sociedades contemporâneas, observa-se crescente busca por alimento de fácil e rápido preparo como os fast-foods. Tal paradigma pode potencialmente acarretar sérios danos à saúde, pois têm limitações nutricionais importantes, como elevado teor de energia, gordura e sódio e baixo teor de fibras, vitaminas, cálcio e ferro (Cap_13.pdf).
Por conseqüente, o último inquérito nacional realizado pelo IBGE, em 2002/ 2003 (POF), revelou uma queda no consumo de feijão (31%), uma fonte importante de ferro, fibras e, associado ao arroz, de proteína vegetal de boa qualidade. Desta forma, torna-se importante que se estabeleçam estratégias que objetivem a mudança deste padrão de consumo, conforme sugerido pelo Ministério da Saúde como um dos 10 passos para uma alimentação saudável
(http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/documentos/10passos_adultos.pdf).
Por outro lado, observa-se o aumento de 1,7kg per capita em 1974 para 5,4 kg per capita em 2002 no consumo de alimentos prontos. Simultaneamente, o consumo de refrigerantes no mesmo ano foi de 7,7 L por pessoa, enquanto em 1974 era de apenas 1,3 L. Provavelmente contribuiu para o aumento das vendas no mercado de bebida (PAINEL 1.2.doc).
A transição alimentar reforça as evidências de que a obesidade na população adulta cresceu principalmente entre as famílias brasileiras de menor renda. Além disso, outro efeito desse processo é a "dupla carga de má nutrição", que relaciona, por fator de causalidade, a ocorrência da desnutrição na infância - ou no período intra-uterino - à obesidade na vida adulta (ALIMENTAÇÃO, 2007).
O número de crianças e adultos obesos torna-se cada vez maior, tanto em países pobres como em ricos. A Organização Mundial de Saúde já considera a obesidade um problema de saúde pública tão preocupante quanto à desnutrição. O sobrepeso e a obesidade têm atingido proporções epidêmicas. Mais de 9 milhões de jovens com idades entre 6 e 19 anos são considerados sobrepeso, e mais de 80% dos adolescentes sobrepeso se torna-se-ão adultos obesos (JORDAN, 2008).
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF-2003), do IBGE, 38,8 milhões de brasileiros estão acima dos 20 anos estão acima do peso; destes, 10,5 milhões são obesos. Cerca de 16,7% da população entre 10 e 19 anos têm excesso de peso, e 2,3% apresentam obesidade (ALIMENTAÇÃO, 2007).
O número de obesos é maior nas áreas urbanas e também está relacionado ao poder aquisitivo familiar. Quanto maior a renda, maior a prevalência de obesidade, embora ela se mostre cada vez mais alta em mulheres de baixa renda e tenda a se estabilizar ou até mesmo a diminuir nas classes de renda mais elevada
(http://www.who.int/chp/chronic_disease_report/en/).
A presença do excesso de peso na população menos favorecida pode ser explicada pela falta de orientação alimentar adequada pela atividade física reduzida e pelo consumo de alimentos muito calóricos, como cereais, óleo e açúcar. Tais alimentos são mais baratos e fazem parte de hábitos alimentares tradicionalmente incorporados. O problema da obesidade cresce menos entre a população mais privilegiada porque ela tem maior acesso a informações sobre os prejuízos que a doença acarreta e sobre a importância de hábitos alimentares adequados e de prática de atividade física regular à saúde (Organização Mundial da Saúde, 2005).
Nas últimas três décadas, o aumento do número de obesos nos Estados Unidos foi superior a 100%. Aproximadamente dois terços dos americanos estão sobrepesos ou obesos. O aumento ocorreu em âmbito nacional, incluindo crianças, idosos, independente da etnia e do estrato socioeconômico
(http://www.wiley.com/WileyCDA/WileyTitle/productCd-0470124660.html).
As mudanças no padrão de alimentação, atividade física e estado nutricional da população acarretam um aumento do quadro de doenças e agravos não transmissíveis.
As doenças crônicas estabelecem-se a longo prazo, mas se iniciam precocemente durante a infância e juventude. Como levam anos para se estabelecerem, são facilmente prevenidas; em contrapartida seu tratamento geral é de longa duração, complexo e caro. Alguns tópicos considerados relevantes ao conhecimento dos profissionais da saúde a fim de diminuir a incidência das doenças crônicas são:
O PROBLEMA
  • 80% das mortes por doenças crônicas acontecem em países de baixa e média renda, acometendo igualmente homens e mulheres.
  • A incidência está aumentando; - o número de pessoas, famílias e comunidades afligidas é progressivamente maior.
  • Essa ameaça crescente é uma causa menosprezada de pobreza, e dificulta o desenvolvimento econômico de muitos países.
A SOLUÇÃO
  • O risco de desenvolvimento das doenças crônicas pode ser minimizado por meio do conhecimento já existente.
  • As soluções são efetivas - e apresentam uma ótima relação custo-benefício.
  • A ação abrangente e integrante em cada país, conduzida pelos governos, é o meio para se alcançar o sucesso.
A META
  • Uma redução adicional de 2% nas taxas mundiais de mortalidade por doenças crônicas, por ano, durante os próximos 10 anos.
  • Serão evitados, dessa forma, 36 milhões de mortes prematuras até o ano de 2015.
  • O conhecimento científico para alcançar essa meta já existe.
Fonte: OMS, 2005.
Contrariamente ao que se pensa, as doenças crônicas afetam principalmente os estratos mais empobrecidos. É fato que tal contingente populacional, muito mais provavelmente que as ricas, irão desenvolver doenças crônicas e, possivelmente, morrerão em conseqüência disso. Ademais, as doenças crônicas cursam com um significativo comprometimento financeiro, podendo levar os indivíduos portadores e seus lares a uma condição de pobreza, conforme relatado no depoimento abaixo (OMS, 2005).
Depoimento real publicado no documento da Organização Mundial de Saúde, de 2005: "Prevenir doenças crônicas - um investimento necessário"
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Roberto Severino Campos vive em uma favela na periferia de São Paulo, com seus sete filhos e 16 netos. Roberto nunca se preocupou com a sua pressão alta, nem com o costume de beber e fumar. "Ele era tão teimoso", recorda sua filha Noemia, de 31 anos de idade, "que nós não podíamos falar sobre a saúde dele". Roberto sofreu o seu primeiro derrame seis anos atrás, aos 46 anos de idade - o que o deixou com as pernas paralisadas. Quatro anos depois, ele perdeu a capacidade de falar, após dois outros derrames sucessivos. Roberto trabalhava como funcionário do serviço de transporte público, mas agora depende totalmente da família sobreviver.
As doenças causadas pela associação de hábitos alimentares pouco saudáveis ao sedentarismo reduzem a qualidade de vida das pessoas e geram pesados custos não só para o Sistema Único de Saúde (SUS), como para o país, impactando sobre o sistema de previdência, os seguros saúde e a atividade produtiva (ALIMENTAÇÃO, 2007). R$1,2 bilhão dos gastos anuais do SUS, podem ser atribuídos ao sobrepeso e obesidade, ao uso de medicamentos, a procedimentos diagnósticos e a internações por obesidade mórbida, hipertensão, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, diabetes, câncer de cólon e colelitíase
(http://veja.abril.com.br/090403/p_102.html).









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